ONU aponta erros no combate à fome
Publicado em 26.02.2010
Em relatório, a organização constata que programas sociais brasileiros atacam mais os sintomas que as causas da pobreza e cobra reformas estruturais
GENEBRA – O que o governo dá com uma mão, estaria tirando com a outra. A Organização das Nações Unidas (ONU) alerta que parte importante dos programas sociais no Brasil destinados à classe mais pobre é financiada exatamente por essa parcela da população por meio de um sistema tributário “desigual”. Se o governo federal conseguiu obter avanços no combate à fome nos últimos anos, a erradicação do problema só será atingida por meio de amplas reformas estruturais de distribuição de renda e de terras no País. O alerta faz parte de uma radiografia da fome no Brasil feita pela ONU.
Em 30 páginas detalhando a situação no Brasil, a entidade insinua que, por enquanto, os programas vêm lidando com os sintomas da pobreza, e não com suas causas. Segundo o levantamento, o próximo presidente brasileiro terá de criar uma nova estratégia de combate à fome, acelerar a reforma agrária e a demarcação de terras indígenas, promover uma reforma tributária, ampliar programas de ajuda alimentar, garantir que projetos do PAC tenham impacto social e até usar parte dos lucros do Pré-Sal para eliminar a miséria. O estudo foi realizado pelo relator especial das Nações Unidas contra a Fome, Olivier De Schutter, e será debatido na plenária da ONU em março.
A ONU admite os avanços “impressionantes” obtidos pelo Brasil desde 2002 em combater a pobreza e a fome. Mas indicou, a partir dos resultados de uma missão em outubro à nação, que “os desafios ainda são grandes”. Entre as propostas apresentadas ao Brasil, a ONU sugere a criação de uma estratégia nacional com metas claras e um calendário. Além disso, pede um “monitoramento adequado” por parte das autoridades e maior capacitação de autoridades locais para implementar os programas.
Conforme a pesquisa, 37,5% das residências no País sofrem com insegurança alimentar. Essa taxa seria de 25% no Sul e 55% no Nordeste. A média nacional aponta que a desnutrição infantil atinge 1,9% das crianças, mas chega a 3,5% no Nordeste. Além disso, 21% dos brasileiros ainda sofrem de anemia. A entidade admite, porém, que a má nutrição infantil foi reduzida em 73% entre 2002 e 2008 e a morte de crianças, em 45%.
Fonte:
Jornal do Commércio
Publicado em 26.02.2010
Em relatório, a organização constata que programas sociais brasileiros atacam mais os sintomas que as causas da pobreza e cobra reformas estruturais
GENEBRA – O que o governo dá com uma mão, estaria tirando com a outra. A Organização das Nações Unidas (ONU) alerta que parte importante dos programas sociais no Brasil destinados à classe mais pobre é financiada exatamente por essa parcela da população por meio de um sistema tributário “desigual”. Se o governo federal conseguiu obter avanços no combate à fome nos últimos anos, a erradicação do problema só será atingida por meio de amplas reformas estruturais de distribuição de renda e de terras no País. O alerta faz parte de uma radiografia da fome no Brasil feita pela ONU.
Em 30 páginas detalhando a situação no Brasil, a entidade insinua que, por enquanto, os programas vêm lidando com os sintomas da pobreza, e não com suas causas. Segundo o levantamento, o próximo presidente brasileiro terá de criar uma nova estratégia de combate à fome, acelerar a reforma agrária e a demarcação de terras indígenas, promover uma reforma tributária, ampliar programas de ajuda alimentar, garantir que projetos do PAC tenham impacto social e até usar parte dos lucros do Pré-Sal para eliminar a miséria. O estudo foi realizado pelo relator especial das Nações Unidas contra a Fome, Olivier De Schutter, e será debatido na plenária da ONU em março.
A ONU admite os avanços “impressionantes” obtidos pelo Brasil desde 2002 em combater a pobreza e a fome. Mas indicou, a partir dos resultados de uma missão em outubro à nação, que “os desafios ainda são grandes”. Entre as propostas apresentadas ao Brasil, a ONU sugere a criação de uma estratégia nacional com metas claras e um calendário. Além disso, pede um “monitoramento adequado” por parte das autoridades e maior capacitação de autoridades locais para implementar os programas.
Conforme a pesquisa, 37,5% das residências no País sofrem com insegurança alimentar. Essa taxa seria de 25% no Sul e 55% no Nordeste. A média nacional aponta que a desnutrição infantil atinge 1,9% das crianças, mas chega a 3,5% no Nordeste. Além disso, 21% dos brasileiros ainda sofrem de anemia. A entidade admite, porém, que a má nutrição infantil foi reduzida em 73% entre 2002 e 2008 e a morte de crianças, em 45%.
Fonte:
Jornal do Commércio
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