segunda-feira, 22 de março de 2010

Meninas são as preferidas dos criminosos


Meninas são as preferidas dos criminosos
21.03.10

As vítimas do tráfico para a exploração sexual são em sua maioria adolescentes do sexo feminino que vivem em situação de extrema pobreza. Segundo a coordenadora do Programa Observatório da Exploração Sexual do Coletivo Mulher Vida, Adriana Duarte, essas meninas são recrutadas com propostas enganosas - as mais comuns são de trabalho e casamento, sempre em locais diferentes de onde elas vivem. “Pessoas muito pobres são enganadas pela proposta de uma vida melhor, e terminam entrando numa rede de abusos e exploração. Ao chegar no local onde são abusadas, as vítimas acabam presas a grilhões psicológicos, como a ameaça à família, por exemplo”, ressalta.

Segundo Karla Menezes, o tráfico de pessoas age “fragilizando a rede de convivência comunitária das crianças e adolescentes”. A migração faz parte da dinâmica do tráfico, porque deixa as vítimas sem referências, sem saber a quem pedir ajuda. Isso as amedronta e as torna presas fáceis dos aliciadores. Outro subterfúgio usado para mantê-las sob o controle dos aliciadores é o vício em drogas como o crack. “As redes de exploração sexual e do tráfico de drogas estão interligadas. muitas vezes as mulheres vendem os dois produtos: corpo e drogas”, destacou a Eleonora Pereira.

Tratadas como mercadorias, as vítimas do tráfico de seres humanos chegam a ser negociadas entre as redes criminosas e usadas para fazer “serviços” para os exploradores - como levar drogas e celulares para dentro de presídios, por exemplo. “Diferentemente das drogas, que se esgotam depois de consumidas, os corpos desses jovens podem ser vendidos todos os dias”, lembra Adriana.

O grande problema, segundo o conselheiro tutelar Geraldo Nóbrega, é que os adultos não observam as crianças e adolescentes como sujeitos detentores de direitos. “No Interior do Estado ainda existe a prática de se ‘dar’ uma criança para outras pessoas cuidarem. Existem até mães que negociam os filhos. A sociedade ainda é conivente com pais que violam os direitos dos próprios filhos”, alerta.

Fonte:

Folha de Pernambuco

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