quarta-feira, 3 de março de 2010

Juiz manda afastar 28 agentes

Juiz manda afastar 28 agentes
Publicado em 23.02.2010

Punição atinge servidores que estavam de plantão Terça de Carnaval em unidade da Funase de Abreu e Lima, quando internos teriam sido espancados

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) solicitou e a Justiça afastou, ontem, os 28 agentes de desenvolvimento social (ADS) que estavam de plantão na Terça-Feira de Carnaval, no Centro de Assistência Socioeducativa (Case) de Abreu e Lima, no Grande Recife. O juiz da Vara Regional da Infância e Juventude, Paulo Brandão, entendeu que há fortes indícios de que os funcionários espancaram os internos nesse dia e que a medida é necessária para as investigações do caso.

As promotoras Isabela Carneiro Leão e Izabela Miranda também pediram o afastamento do diretor de segurança da Fundação de Apoio Socioeducativo (Funase), coronel Romildo Costa, mas o magistrado indeferiu a solicitação, alegando que o militar estaria há apenas nove dias no cargo. A sessão de espancamentos teria resultado em um princípio de motim na última quinta-feira e em uma rebelião no sábado.

Antes da decisão da Justiça, a Funase já havia afastado nove desses 28 agentes. Eles foram apontados nominalmente pelos adolescentes como responsáveis pelas agressões. Para o magistrado, os argumentos do MPPE são inquestionáveis. “É necessário o afastamento de todos para que a investigação continue. Um inquérito será aberto e cabe ao Estado substituir esses agentes”, explicou Paulo Brandão.

O juiz deu prazo de 72 horas para que a medida seja cumprida, já que é necessário fazer a convocação de novos agentes. A diretora da Área Socioeducativa da Funase, Suely Cysneiros, afirmou, através da assessoria de comunicação, que vai cumprir a decisão dentro do prazo estipulado.

A decisão tem caráter liminar, o que significa que os agentes não perderam os cargos, apenas foram afastados de suas funções. Paulo Brandão deve ouvir nos próximos dias as vítimas, os acusados e possíveis testemunhas para dar a sentença. A promotora Isabela Carneiro Leão afirmou que, com a colega Izabela Miranda, analisará se vai recorrer para tentar novamente afastar o diretor de Segurança da fundação.

Na semana passada, o MPPE recebeu denúncias de familiares dos internos revelando que os adolescentes estavam sendo espancados. As informações dão conta que os agentes estariam embriagados, na Terça-Feira de Carnaval, e utilizaram pedaços de madeira para bater nos jovens.

Revoltados com a situação, os internos provocaram um princípio de motim na quinta-feira. O Batalhão de Choque foi chamado e controlou a situação. No sábado, a situação ficou pior. Os adolescentes quebraram computadores, queimaram móveis e documentos. O BPChoque precisou ser chamado novamente. No segundo episódio, a Funase responsabilizou os agentes de abandonar os postos de trabalho e incitar os jovens como represália ao afastamento de nove deles no dia anterior. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil.

Fonte:

Jornal do Commércio

Nenhum comentário:

Postar um comentário