Delegacias do Recife entre as piores
Publicado em 12.03.2010
Levantamento em dez cidades brasileiras colocou os departamentos de polícia da capital pernambucana na penúltima posição em ranking de qualidade
A terceira edição de um levantamento coordenado pela Universidade Cândido Mendes, no Rio de Janeiro, apontou o Recife como o segundo pior município no ranking que relaciona as delegacias de polícia por estrutura e qualidade na prestação de serviços à população. Entres dez cidades pesquisadas, Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo obtiveram os melhores desempenhos, respectivamente. As delegacias foram visitadas, ano passado, por cidadãos comuns. No Recife, o grupo contou com a coordenação do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Criminalidade, Violências e Políticas Públicas de Segurança (Neps) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Das 21 delegacias inspecionadas na capital pernambucana, a de Boa Viagem, na Zona Sul, foi considerada a melhor. Ficou na 9ª posição entre as 235 visitadas no País.
A coordenadora do estudo, Ludmila Ribeiro, explicou que o levantamento evidenciou que a qualidade dos serviços prestados é diferente dependendo da região. Segundo a pesquisadora, as principais deficiências se concentram nos quesitos “transparência e prestação de contas” e nas “condições de detenção”. Já as avaliações sobre “orientação para a comunidade” e “condições materiais” foram as mais positivas.
Entre os destaques incluídos nos relatórios dos coordenadores dos grupos como parte da análise qualitativa da pesquisa, algumas delegacias apresentaram inovações. A 37ª DP de São Paulo, no bairro de Campo Limpo, por exemplo, criou uma brinquedoteca para as crianças da região. Já a 12ª DP do Rio, em Copacabana, oferece aulas de defesa pessoal para idosos, grupo que mais registra ocorrências no bairro.
“Pessoas que nunca tinham ido a uma delegacia, de diferentes idades, puderam participar da rotina destes órgãos e desmistificar impressões ou confirmar estereótipos. Dessa forma, pensaram no papel desempenhado pela polícia na administração do fenômeno criminal e nas limitações que esta organização enfrenta para a realização do seu trabalho”, avaliou Ludmila.
Brasília, com média global de 55,85 pontos, e Rio, com 52,82, foram as únicas cidades com delegacias consideradas adequadas, na visão dos seus avaliadores. O Recife ficou com 39,3 de média. A nota máxima era 100.
A Terceira Semana de Visitas às Delegacias da Altus (Aliança Global dos Centros Acadêmicos e Organizações Não-governamentais) foi realizada entre 26 e 30 de outubro de 2009 em 18 países, com visitas a 1.014 delegacias. No Brasil, que obteve pontuação média de 45,46, foram contemplados nove Estados: Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Distrito Federal, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Ceará, Pará e Goiás.
Uma das novidades desta edição foi a inclusão das Delegacias de Atendimento a Mulher (Deam) e algumas delas tiveram médias melhores que as delegacias tradicionais.
A escolha dos visitantes obedeceu critérios diversos, como diversidade de sexo, idade, orientação sexual, escolaridade, cor e experiência anterior de utilização dos serviços de delegacias.
Boa estrutura dá título à 23ª DP do Rio de Janeiro
Publicado em 12.03.2010
RIO – O saguão da 23ª Delegacia de Polícia do Rio de Janeiro, no Méier, Zona Norte da capital fluminense, não esbanja luxo e quem precisa registrar uma ocorrência pode ter que esperar um pouco para falar com um investigador, mas a atenção dada ao público que a procura garantiu ao distrito, pela segunda vez, o título de unidade com o melhor atendimento ao público do Brasil. A avaliação foi feita durante a Terceira Semana de Visita a Delegacias da Altus, realizada em outubro do ano passado. A 2ª DP de Porto Alegre ficou em segundo lugar no levantamento e o 37º Distrito Policial de São Paulo (Campo Limpo), em terceiro.
“Ninguém procura a delegacia para me convidar para uma festa. As pessoas vêm com um problema e, se não houver um bom atendimento, esse problema se agrava”, afirmou o delegado Luiz Archimedes Azeredo, titular da DP do Méier há 13 anos.
Os prêmios para as melhores delegacias serão entregues dia 16 de março, durante o IV Encontro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que será realizado em São Paulo.
Os critérios para a eleição das melhores unidades policiais do País foram a transparência, as condições materiais, a orientação dada à comunidade, o tratamento e as condições de detenção. Além de oferecer boa estrutura, a delegacia carioca recebeu boas notas por sua relação próxima com a população. Com frequência, o delegado participa de encontros com moradores para ouvir sugestões e reclamações.
A pesquisa destacou modelos de sucesso, como o programa de atendimento jurídico a presos provisórios no DP de Campo Limpo e o atendimento psicológico da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) de Brasília.
“Nossa intenção é identificar práticas que possam ser replicadas em outras unidades do País”, afirmou Ludmila Ribeiro, coordenadora da pesquisa.
Segundo os organizadores da semana de avaliação, o objetivo principal das visitas é melhorar o atendimento e aproximar a população das delegacias. “Se o cidadão é bem atendido, ele é estimulado a procurar a polícia, o que pode reduzir a impunidade”, afirmou a socióloga Julita Lemgruber, diretora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC).
Publicado em 12.03.2010
Levantamento em dez cidades brasileiras colocou os departamentos de polícia da capital pernambucana na penúltima posição em ranking de qualidade
A terceira edição de um levantamento coordenado pela Universidade Cândido Mendes, no Rio de Janeiro, apontou o Recife como o segundo pior município no ranking que relaciona as delegacias de polícia por estrutura e qualidade na prestação de serviços à população. Entres dez cidades pesquisadas, Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo obtiveram os melhores desempenhos, respectivamente. As delegacias foram visitadas, ano passado, por cidadãos comuns. No Recife, o grupo contou com a coordenação do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Criminalidade, Violências e Políticas Públicas de Segurança (Neps) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Das 21 delegacias inspecionadas na capital pernambucana, a de Boa Viagem, na Zona Sul, foi considerada a melhor. Ficou na 9ª posição entre as 235 visitadas no País.
A coordenadora do estudo, Ludmila Ribeiro, explicou que o levantamento evidenciou que a qualidade dos serviços prestados é diferente dependendo da região. Segundo a pesquisadora, as principais deficiências se concentram nos quesitos “transparência e prestação de contas” e nas “condições de detenção”. Já as avaliações sobre “orientação para a comunidade” e “condições materiais” foram as mais positivas.
Entre os destaques incluídos nos relatórios dos coordenadores dos grupos como parte da análise qualitativa da pesquisa, algumas delegacias apresentaram inovações. A 37ª DP de São Paulo, no bairro de Campo Limpo, por exemplo, criou uma brinquedoteca para as crianças da região. Já a 12ª DP do Rio, em Copacabana, oferece aulas de defesa pessoal para idosos, grupo que mais registra ocorrências no bairro.
“Pessoas que nunca tinham ido a uma delegacia, de diferentes idades, puderam participar da rotina destes órgãos e desmistificar impressões ou confirmar estereótipos. Dessa forma, pensaram no papel desempenhado pela polícia na administração do fenômeno criminal e nas limitações que esta organização enfrenta para a realização do seu trabalho”, avaliou Ludmila.
Brasília, com média global de 55,85 pontos, e Rio, com 52,82, foram as únicas cidades com delegacias consideradas adequadas, na visão dos seus avaliadores. O Recife ficou com 39,3 de média. A nota máxima era 100.
A Terceira Semana de Visitas às Delegacias da Altus (Aliança Global dos Centros Acadêmicos e Organizações Não-governamentais) foi realizada entre 26 e 30 de outubro de 2009 em 18 países, com visitas a 1.014 delegacias. No Brasil, que obteve pontuação média de 45,46, foram contemplados nove Estados: Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Distrito Federal, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Ceará, Pará e Goiás.
Uma das novidades desta edição foi a inclusão das Delegacias de Atendimento a Mulher (Deam) e algumas delas tiveram médias melhores que as delegacias tradicionais.
A escolha dos visitantes obedeceu critérios diversos, como diversidade de sexo, idade, orientação sexual, escolaridade, cor e experiência anterior de utilização dos serviços de delegacias.
Boa estrutura dá título à 23ª DP do Rio de Janeiro
Publicado em 12.03.2010
RIO – O saguão da 23ª Delegacia de Polícia do Rio de Janeiro, no Méier, Zona Norte da capital fluminense, não esbanja luxo e quem precisa registrar uma ocorrência pode ter que esperar um pouco para falar com um investigador, mas a atenção dada ao público que a procura garantiu ao distrito, pela segunda vez, o título de unidade com o melhor atendimento ao público do Brasil. A avaliação foi feita durante a Terceira Semana de Visita a Delegacias da Altus, realizada em outubro do ano passado. A 2ª DP de Porto Alegre ficou em segundo lugar no levantamento e o 37º Distrito Policial de São Paulo (Campo Limpo), em terceiro.
“Ninguém procura a delegacia para me convidar para uma festa. As pessoas vêm com um problema e, se não houver um bom atendimento, esse problema se agrava”, afirmou o delegado Luiz Archimedes Azeredo, titular da DP do Méier há 13 anos.
Os prêmios para as melhores delegacias serão entregues dia 16 de março, durante o IV Encontro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que será realizado em São Paulo.
Os critérios para a eleição das melhores unidades policiais do País foram a transparência, as condições materiais, a orientação dada à comunidade, o tratamento e as condições de detenção. Além de oferecer boa estrutura, a delegacia carioca recebeu boas notas por sua relação próxima com a população. Com frequência, o delegado participa de encontros com moradores para ouvir sugestões e reclamações.
A pesquisa destacou modelos de sucesso, como o programa de atendimento jurídico a presos provisórios no DP de Campo Limpo e o atendimento psicológico da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) de Brasília.
“Nossa intenção é identificar práticas que possam ser replicadas em outras unidades do País”, afirmou Ludmila Ribeiro, coordenadora da pesquisa.
Segundo os organizadores da semana de avaliação, o objetivo principal das visitas é melhorar o atendimento e aproximar a população das delegacias. “Se o cidadão é bem atendido, ele é estimulado a procurar a polícia, o que pode reduzir a impunidade”, afirmou a socióloga Julita Lemgruber, diretora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC).
Fonte:
Jornal do Commércio
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