sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Taxa de fecundidade cai no Brasil

BRASIL
Taxa de fecundidade cai no Brasil
Segundo pesquisa do IBGE, número de filhos saiu de seis para dois em 40 anos

RIO DE JANEIRO (Folhapress) - As mulheres brasileiras estão tendo menos filhos do que há 40 anos atrás. A constatação veio a partir de uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga ontem. O estudo “Indicadores Sociodemográficos e de Saúde 2009”, que abrange estatísticas de fecundidade, natalidade e mortalidade de 1960 a 2005, mostra que o aumento da instrução feminina vem contribuindo para a redução do número de filhos. Até 1960, a taxa de fecundidade total (TFT) era levemente superior a seis filhos por mulher, caindo para 5,8 filhos na década de 70, puxada pelo sudeste.

No sul e centro-oeste do país, o início da transição da fecundidade ocorreu a partir do começo da década de 70, enquanto no norte e nordeste, apenas no início da década de 80. “O declínio manteve-se nas décadas seguintes, chegando à estimativa de 1,99 filho em 2006 - um declínio vertiginoso em 30 anos em relação a países desenvolvidos, que demoraram mais de um século para atingir patamares similares”, informou a pesquisa.

O estudo aponta que grupos menos instruídos ainda apresentam taxas de fecundidade mais elevadas. Porém, essa diferença vem se reduzindo nas últimas três décadas em todas as regiões. O diferencial, que, em 1970, era de 4,5 filhos por mulher, depois declinou para 1,6 filho em 2005, puxado pela queda na taxa de fecundidade total das mulheres com até três anos de estudo, que passa de 7,2 filhos para 3 filhos.

No entanto, em todos os Estados, as mulheres com mais de oito anos de escolaridade (pelo menos o ensino fundamental completo) têm taxas de fecundidade total abaixo do nível de reposição (2 filhos), segundo a pesquisa do IBGE.

O levantamento do IBGE aponta ainda que, em 2000, os homens passaram a viver, em média, quase nove anos a menos que as mulheres no sudeste do País. O estudo ainda afirma que a sobrevida da mulher aumentou de seis para quase oito anos (7,6) no Brasil.

De acordo com o levantamento, as diferenças por sexo para esse indicador passam a ser relevantes a partir dos anos 80 em praticamente todas as regiões brasileiras, por causa da tendência de aumento das causas violentas, que passam a afetar prioritariamente os homens.


MORTALIDADE
Em 1940, o nordeste já apresentava o menor valor de esperança de vida (ou expectativa), 36,7 anos, contra 49,2 anos no sul; 47,9 anos no centro-oeste; e 43,5 anos no sudeste. Até meados da década de 50, houve um aumento de cerca de dez anos para o País como um todo (de 41,5 anos para 51,6 anos), enquanto no nordeste o incremento foi de apenas quatro anos, e, nas regiões do centro-sul e sudeste os ganhos chegaram a 14 anos.

As diferenças entre o nordeste e o sul, de 19 anos nas décadas de 1960/70, se reduziram para 5 anos em 2005. De acordo com o estudo do IBGE, somente a partir de meados da década de 70, com a ampliação da rede assistencial, da infraestrutura de saneamento básico e da escolarização, tem início uma redução significativa nos padrões da desigualdade regional em relação à mortalidade.


ÍNDIOS
A população indígena brasileira deu um salto nos últimos anos e mais que duplicou entre 1991 e 2000. Com uma taxa de crescimento de 10,8% ao ano, os índios passaram de 294 mil para 734 mil, representando 0,4% dos brasileiros, segundo pesquisa divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Além de melhorias na área de saúde, resistência a infecções e o engajamento em instituições de defesa dos próprios direitos, o estudo aponta que a explosão do contingente está relacionada à mudanças no critério de autoidentificação dos censos. Nos levantamentos mais antigos, a auto-atribuição era aleatória.
Extraído da Folha de Pernambuco

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