Sem-terra dizem ter sido atacados por seguranças
Menos de dois dias após criarem acampamento em Sertânia, a 309 quilômetros do Recife, integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) afirmam ter sofrido ataque de seguranças da Fazenda Juá. Segunda-feira, três dos 70 agricultores que montavam barracas ficaram feridos após confronto com 15 homens armados. Um sargento reformado da Polícia Militar estaria entre os agressores.
De acordo com o coordenador local do MST, Márcio Gomes dos Santos, a investida ocorreu às 17h. Os vigilantes teriam chegado à propriedade em dois veículos, um Fiat Uno vermelho de placa KHS-1112, e uma van de placa não anotada. O líder seria José Apolônio Siqueira, ex-PM.
O grupo teria dado golpes de facão em uma das pernas de Rogério Leite da Silva, 27 anos, e passado um dos carros por cima de Izaquiel Galdino da Silva, 61, que quebrou a clavícula. Paulo Barros, 54, levou coronhada na mão. Todos deram entrada no Hospital Regional de Arcoverde e tiveram alta ontem. “Vieram para matar sem-terra”, disse o coordenador.
Uma espingarda acabou abandonada na fazenda e o MST a entregou à polícia. “Mas o clima está tenso, porque a qualquer momento podem voltar”, teme Santos, que solicitou reforço no policiamento. A assessoria de comunicação da PM confirma que José Apolônio atua como segurança da Juá. Também informa que está monitorando o acampamento. A Delegacia de Sertânia apura o caso.
Publicado no Jornal do Commércio em 09.09.2009
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